Desde o dia que você chegou trouxe alegria para nossas vidas. É bom demais acordar com a carinha mais linda do mundo nos saudando com o sorriso banguela mais lindo do mundo.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Escrevendo para Lucas

Em janeiro de 2009 resolvemos que adotaríamos uma menina. Em fevereiro começamos a reunir os documentos necessários, ler e falar muito sobre o tema. No dia 8 de abril, entregamos os documentos e nos inscrevemos na VIJ. O perfil era de uma menina, cor indiferente, entre 0 e 2,5 anos. Passamos os meses seguintes esperando a visita da assistente social, próximo passo depois de entregar os documentos. A visita só veio no dia 21 de julho, dia do aniversário de Valter. Depois de uma longa conversa, ela se despediu e disse que nos considerava aptos, mas só três meses depois fomos habilitados oficialmente.

Enquanto rolava a parte burocrática, sonhávamos com a nossa filha. O nome já tínhamos escolhido: Clarice, pela Lispector.
Todos os amigos tratavam de nos dar informações sobre mulheres grávidas que queriam "doar" o filho, crianças abrigadas etc etc, mas decidimos que faríamos tudo legal, dentro das normas da nova Lei de adoção.

No final de setembro, soubemos de uma criança abrigada numa cidade vizinha. Buscamos informações e descobrimos que se tratava de um menino. Menino e sem ADPF! Nem pensar, dissemos. Queremos um filho e não uma luta judicial(nessas leituras e conversas sobre adoção descobrimos que a adoção legal é a adoção LEGAL, com todos os ritos e muita, muita burocracia!).

Dias depois, recebi um telefonema falando de uma menina. Com cerca de 15 dias de nascida, a menina estava sob a guarda da vó materna que alegava não querer cuidar da criança e convenceu a mãe biológica a doar a menina. Enlouqueci! Fiquei tensa, não consegui dormir... Veja só que contraditório.Queríamos fazer tudo legal, evitamos as crianças "arranjadas", mas quando a pessoa disse que já estava tudo certo e que o juiz da cidade estava esperando apenas que aparecesse um casal habilitado para passar a guarda, já que a mãe não tinha condições para criar o bebê(envolvimento com drogas era só um detalhe, entre tantos problemas) e a avó também não a queria, esqueci as recomendações. No dia seguinte, fui à cidade conhecer a mulher e a criança. Num esquema esquisito (ela não queria que eu aparecesse na cidade para não criar nenhuma situação com a mãe biológica), nos encontramos numa outra cidade, conversamos, acertamos detalhes e fomos conhecer a menina. No meio da estrada entre as duas cidades, ela apareceu com um pacotinho no colo. Bonitinha a danada, mas não me senti mãe dela, sei lá.Ela não tinha cara de Clarice. Havia alguma coisa errada. De qualquer maneira, voltei pra casa e ficamos na expectativa de dali a dois dias pegaríamos o bebê. Nossa amiga Virgínia fez uma feira de emergência no supermercado: leite, fraldas, mamadeira... e váaaarias roupinhas de Anita. Tudo rosinha!
Eis que no dia de buscar a menina, a avó deu pra trás. Até hoje não sei ao certo o que a fez desistir, mas não insisti. Achava mesmo que não ia rolar dessa vez.Foi muito frustante. Será que não conseguiria ser mãe nunca?

Quarta-feira, 11 de novembro, recebemos notícia de um menino. Conversamos e decidimos conhecê-lo. Valter foi dessa vez. E para nossa surpresa era o mesmo menino de antes!Havia uma conspiração do destino? Coincidência? Acaso? Não sei. O que sei é que acertamos que na próxima semana o traremos para casa.

Falta menos de uma semana para, possivelmente, me tornar mãe de um menino, estou com medo de me entusiasmar e algo acontecer, como no caso da menininha. Só quem sabe são as minhas irmãs. Semana que vem conto para os amigos mais íntimos. Vou tentar manter o meu auto controle. Estou entoando o mantra "Não criar expectativas".
Vamos aguardar.(tô tremendo!)

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